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Desnível


Anton Steenbock
[20 de setembro de 2012]



A exposição “Desnível” problematiza aquilo que seu próprio título aponta, ou seja, a apreensão do equilíbrio através de imagens e objetos que supostamente poderiam vir a se apresentar nivelados ao olhar do espectador.

Uma série de desenhos relativos à realização de instalações se encontra exposta. De um lado, o público tem acesso ao projeto de concepção mental do artista, ao passo que de outro há o embate com mecanismos efêmeros construídos de modo artesanal. O traço firme do desenho se contrapõe ao movimento que decorre das instalações. O cientificismo da engenharia cede espaço para a fluidez do fenômeno artístico.

Através do vídeo, o artista tenta manter seu corpo equilibrado com um nível em mãos. A cada deslize, uma nova tentativa de firmeza é capturada. A própria estrutura de projeção, sustentada por pedras associadas a roldanas, aponta para a instabilidade. Outros trabalhos somam à narrativa do encontro entre materiais. Longe dos lugares estanques, os objetos agrupados estão à iminência de pequenas destruições; se houver qualquer deslize, assim como em um laboratório de química, elementos se chocam e a explosão é garantida.

Os trabalhos aqui selecionados se configuram como um convite a alguns prefixos presentes na poética de Anton Steenbock. Assimetria, desequilíbrio e dúvida são algumas das palavras-chave, ou melhor, forças-motoras de sua pesquisa artística.


(texto produzido para a exposição "Desnível", de Anton Steenbock, no Sesi Arte Contemporânea, em Curitiba, entre 20 de setembro e 18 de novembro)
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